sábado, 21 de dezembro de 2013

Brasil negocia com Suécia cessão antecipada de caças
 
Paulo Victor Chagas
Da Agência Brasil, em Brasília



 
  • Os ministros da Defesa da Suécia, Karin Enström, e do Brasil, Celso Amorim, conversaram hoje (20) por telefone. Durante o telefonema, ocorrido na manhã de hoje (20), Amorim informou o interesse brasileiro em receber antecipadamente os caças Gripen C e D até que sejam entregues as primeiras unidades do modelo comprado pelo Brasil, o Gripen NG (nova geração), a partir de 2018. Os modelos C e D são versões anteriores à adquirida pelo país.
 
 
De acordo com o Ministério da Defesa, a ministra sueca informou que no início do próximo ano vai apresentar ao governo brasileiro "propostas concretas sobre a cessão antecipada de caças" e a capacitação da Força Aérea Brasileira (FAB) para operar a nova aeronave. A produção e montagem das aeronaves serão feitas em parceria com a brasileira Embraer.
Segundo a pasta, o ministro Celso Amorim foi convidado por Karin Enström para visitar a Suécia no primeiro semestre de 2014 para uma avaliação inicial das negociações bilaterais. "O Ministério da Defesa instituirá um grupo de trabalho para realizar o acompanhamento do andamento nas negociações", informa, em nota. O grupo também vai contar com a participação de representantes dos ministérios do Planejamento e da Fazenda.
Representantes da Saab, fabricante do caça escolhido, tiveram hoje a primeira reunião no Ministério da Defesa após o Brasil ter anunciado a opção pelos caças Gripen. No encontro, foi apresentado um cronograma da parceria, incluindo a elaboração dos contratos, que devem ser assinados até o final do ano que vem.
O Brasil optou pela compra de 36 caças suecos Gripen NG, orçados em US$ 4,5 bilhões até 2023. Além dos suecos, estavam na disputa a norte-americana Boeing, com o modelo F/A-18E/F Super Hornet; e a francesa Dassault, com o Rafale F3. O modelo sueco substituirá os Mirage 2000 da FAB, que serão aposentados este mês.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Alto Comando comemora compra de caça sueco



Agência Estado

Publicação: 19/12/2013 20:30 Atualização:

O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, comemorou com o Alto Comando da Força Aérea a decisão da presidente Dilma Rousseff, anunciada na última quarta-feira, de comprar o caça sueco Gripen, depois de o processo se arrastar por quase duas décadas. "Há 40 anos não compramos um avião novo", disse ele.


Depois de informar que os governos brasileiro e sueco estão negociando a chegada de 12 aviões no primeiro semestre de 2015, para suprir a carência dos atuais caças que se "aposentam" dia 31 de dezembro, o comandante da FAB assegurou que o Brasil "não vai ficar vulnerável" durante o ano que vem, quando o País sediará a Copa do Mundo de Futebol porque os F-5 cumprirão perfeitamente o papel de fazer a defesa aérea do País.

O brigadeiro Saito ressaltou que 80% da estrutura do Gripen será feito no Brasil para toda a frota mundial. Citou por exemplo, a construção da asa, que suportará velocidades supersônicas e que, posteriormente, poderá ser absorvida pela Embraer.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Governo anuncia compra de 36 caças suecos Gripen por US$ 4,5 bilhões

Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Celso Amorim.
França, EUA e Suécia disputavam venda das aeronaves ao Brasil.

Juliana Braga e Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

 


Depois de 15 anos de negociações, o governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (18) a compra de 36 caças supersônicos do modelo sueco Gripen, que farão parte da frota da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo a Aeronáutica, o preço total da aquisição será de US$ 4,5 bilhões, a serem pagos até 2023.
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, que fez o anúncio, a escolha "foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas".
"A escolha, que todos sabem, foi objeto de estudos e ponderação muito cuidadosa, levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custo, não só de aquisição, mas de manutenção. A escolha de se baseou no melhor equilíbrio desses três fatores", afirmou o ministro da Defesa, Celso Amorim.
Amorim disse ainda que, com a decisão do governo, "em breve, teremos aviões à altura da necessidade de defesa do país".
De acordo com o brigadeiro Marcelo Damasceno, chefe da comunicação social da Aeronáutica, os caças Gripen “vão atender as necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) pelos próximos 30 anos”.
Segundo ele, as aeronave ajudará na defesa aérea do Brasil e será capaz de promover ataques no solo e no mar. “Ele permitirá à FAB enfrentar ameaças em qualquer ponto do território nacional com carga plena de armas. O conjunto de conhecimentos e capacitação tecnológicos contribuirá para que a indústria nacional se capacite para a produção de caças de última geração em médio e longo prazo”, disse.

A disputa
A notícia de que a compra seria anunciada na tarde desta quarta (18), foi dada pela presidente Dilma Rousseff em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Três países disputavam a venda das aeronaves ao Brasil – Estados Unidos, com caças de modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing; Suécia, com o Gripen, da empresa Saab; e França, com os jatos Rafale, da companhia Dassault.
Na semana passada, o presidente da França, François Hollande, chegou a conversar com a presidente Dilma Rousseff sobre o andamento das negociações, em visita de Estado que fez ao Brasil.

O presidente da empresa francesa Dassault compôs a comitiva de Hollande. No entanto, segundo fontes do governo, o preço das aeronaves francesas foi considerado elevado.

Já as negociações com os Estados Unidos ficaram estremecidas após as notícias de que o governo norte-americano teria espionado comunicações da presidente Dilma Rousseff, ministros e assessores. Dilma chegou a cancelar uma visita de Estado que faria a Washington, em setembro deste ano, após as denúncias.

A notícia dos atos de espionagem foi divulgada pelo jornalista Glenn Greenwald com base em documentos vazados por Edward Snowden, ex-agente da NSA, agência norte-americana de inteligência.

O programa
Iniciado em 1998 no governo Fernando Henrique Cardoso, o projeto FX previa a compra de 12 supersônicos com a transferência de tecnologia do fabricante para a Força Aérea Brasileira (FAB), que culminaria em um total de 120 unidades fabricadas no Brasil.

Devia ser assinado até 2004, quando terminava a validade das propostas. Mas a decisão foi adiada para o governo Luiz Inácio Lula da Silva, que, no lugar do FX, lançou o programa FX-2.

O projeto de compra e transferência de tecnologia chamado FX-2 foi lançado em 2008. O custo estimado no mercado é de até US$ 6,5 bilhões. Os novos aviões substituirão os Mirage, cuja aposentadoria está prevista para o próximo dia 31.

Em 2009, Brasil e França chegaram a anunciar a compra dos caças Rafale, da francesa Dassault. Depois, o governo brasileiro voltou atrás.

O programa FX-2 prevê a compra de 36 aeronaves de combate, domínio do sistema de armas, parcerias com empresas brasileiras, acordos de cooperação técnico-operacional e a transferência de tecnologia para que o Brasil ganhe condições de produzir pelo menos parte do avião no país.
Governo anuncia hoje a compra dos caças para vigiar e defender território brasileiro
 
Dilma antecipou informação, mas não apontou escolha. Jornal indica opção por avião sueco
  •   Kamilla Dourado, do R7, em Brasília
Iniciado em 2001, o Projeto FX-2 foi interrompido em 2005 por questões econômicas, sendo retomado em 2008Divulgação/Força Aérea do Brasil
O governo definiu a compra dos caças que irão substituir os aviões Mirage 2000, que serão aposentados até o fim deste ano. A informação foi dada pela presidente Dilma Rousseff durante almoço com militares das Forças Armadas. Ela não adiantou de quem — norte-americanos, franceses ou suecos — será feita a compra.
— Gostaria de informar que instruí o ministro da Defesa a anunciar hoje a decisão sobre a compra do FX e sobre a parceria que vamos fazer para o FX-2.
De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, o caça Gripen, da fabricante sueca Saab, foi o escolhido. Estavam na disputa o caça americano F-18, produzido pela Boeing, e o francês Rafale, da Dassault.
O anúncio será feito às 17h pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, e pelo brigadeiro Juniti Saito. O programa FX-2 da FAB (Força Aérea Brasileira), iniciado em 2001, prevê a aquisição de 36 aeronaves de caça estrangeiras, com transferência de tecnologia para o Brasil.
Os novos caças tomarão o lugar dos Mirage 2000 da FAB, que serão aposentados no fim do ano. Essas aeronaves deveriam ter sido desativadas já em 2011, por conta das horas de voo, mas o programa demorou mais que o esperado para sair.
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sábado, 14 de dezembro de 2013

Dilma diz a François Hollande que o Brasil não comprará caças da França

PAINEL (14) - FOLHA DE S. PAULO (VERA MAGALHÃES)    
Dilma diz a François Hollande que o Brasil não comprará caças da França
 
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Au revoir Dilma Rousseff disse nesta semana ao presidente François Hollande que o Brasil não comprará da França os 36 caças do programa FX-2, da Aeronáutica. O entrave para a aquisição do Rafale, fabricado por um consórico liderado pela francesa Dassault, é o preço: ele custaria o dobro dos concorrentes --o F/A-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing, e o sueco Gripen-NG. Na expectativa de selar o negócio, Hollande trouxe o presidente da Dassault, Éric Trappier, em sua visita ao Brasil.

Sinais trocados Surpresos, auxiliares relatam que Dilma deixara no ar que poderia decidir pelos franceses, pois acompanhou Hollande em dois eventos no Brasil, contrariando seu estilo. Mas, nas palavras de um deles, era um "gesto de consolação".

Finesse Apesar do contratempo comercial, Hollande foi cavalheiro com a brasileira: ela tropeçou ao descer uma escada ontem na Fiesp, em São Paulo, e só não caiu porque o francês a amparou.

Titular Desde junho interino, Dyogo Oliveira será efetivado como secretário-executivo do Ministério da Fazenda. A situação provisória do número dois na pasta é considerada um dos fatores de divergências que vieram à tona nas últimas semanas.

Órbita 1 A pedido de Xi Jinping, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, foi à missa em memória de Nelson Mandela, anteontem, para conversar com o vice-presidente Michel Temer.

Órbita 2 O diplomata disse que a China fará o que for possível para antecipar o lançamento do CBERS-4 como forma de compensar falhas no CBERS-3, satélite sino-brasileiro de observação da Terra.

Tom Peemedebistas criticaram discurso de Ideli Salvatti no jantar com a bancada na residência oficial da Câmara, nesta semana. Eles classificaram a fala da ministra de "arrogante" e dúbia sobre a aliança com o partido.

Por fora Eles relatam ainda que a ministra, no dia do acordo com deputados para votar o Orçamento de 2014, falou que Dilma não aceitaria a negociação, enquanto Gleisi Hoffmann (Casa Civil) já havia confirmado para Temer e Henrique Eduardo Alves que o governo topava.

Modo Lula Além de fazer um discurso em tom popular em evento do governo ontem, em São Bernardo do Campo, Dilma recebeu em uma sala reservada representantes de ao menos dez sindicatos. Posou para fotos e abraçou costureiras e seguranças.

Vai que é sua Segundo organizadores do evento, Lula também discursaria no palanque, logo antes da presidente, mas desistiu para que Dilma fosse a protagonista.

Faltou Geraldo Alckmin (PSDB) só avisou na quinta-feira à noite que não participaria da inauguração do Hospital das Clínicas na cidade do ABC ao lado da presidente e de Alexandre Padilha (Saúde), seu adversário na eleição do ano que vem. O governo paulista deu R$ 40 milhões dos R$ 240 milhões da obra.

Trator Aécio Neves participou de café da manhã com representantes do agronegócio ontem, em São Paulo. O presidenciável tucano ouviu queixas sobre o "aparelhamento" do Ministério da Agricultura, comandado pelo peemedebista mineiro Antonio Andrade. A reclamação já havia sido endereçada a Eduardo Campos (PSB).

Duas canoas Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura de Lula que promoveu o encontro de Campos com os ruralistas, também esteve no ato do setor com Aécio. Compareceu ainda João Sampaio Filho, ex-secretário da área no governo de José Serra e atual vice-presidente da Mafrig.

Reduto Pernambuco é o único Estado do Nordeste em que a avaliação de Dilma está abaixo da do governador na pesquisa CNI/Ibope. A gestão de Campos é considerada ótima ou boa por 58% dos eleitores, contra 45% de aprovação do governo federal.
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TIROTEIO

Se alguém no governo discorda de mim, deveria sair do anonimato, e não tentar colocar palavras na boca da presidente.

DO MINISTRO GUIDO MANTEGA (FAZENDA) sobre a reação negativa de setores do governo a sua declaração sobre a economia estar com "pernas mancas".
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CONTRAPONTO

O rei do camarote

Na terça-feira, o ministro José Eduardo Cardozo participou da confraternização de fim de ano dos funcionários do Ministério da Justiça no Loca como Tu Madre, restaurante em Brasília.

Questionado pelos servidores e pelos garçons se gostaria de provar o "drink que pisca", uma novidade do cardápio cuja receita incluía vodka e sucos de ameixa e pêssego, o auxiliar de Dilma Rousseff foi precavido:

-Não, obrigado, estou tomando antibióticos.
Com ANDRÉIA SADI e BRUNO BOGHOSSIAN

painel Vera Magalhães é editora do Painel. Na Folha desde 1997, já foi repórter do Painel em Brasília, editora do caderno 'Poder' e repórter especial.