quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Governo anuncia compra de 36 caças suecos Gripen por US$ 4,5 bilhões

Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Celso Amorim.
França, EUA e Suécia disputavam venda das aeronaves ao Brasil.

Juliana Braga e Nathalia Passarinho Do G1, em Brasília

 


Depois de 15 anos de negociações, o governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira (18) a compra de 36 caças supersônicos do modelo sueco Gripen, que farão parte da frota da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo a Aeronáutica, o preço total da aquisição será de US$ 4,5 bilhões, a serem pagos até 2023.
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, que fez o anúncio, a escolha "foi objeto de estudos e ponderações muito cuidadosas".
"A escolha, que todos sabem, foi objeto de estudos e ponderação muito cuidadosa, levou em conta performance, transferência efetiva de tecnologia e custo, não só de aquisição, mas de manutenção. A escolha de se baseou no melhor equilíbrio desses três fatores", afirmou o ministro da Defesa, Celso Amorim.
Amorim disse ainda que, com a decisão do governo, "em breve, teremos aviões à altura da necessidade de defesa do país".
De acordo com o brigadeiro Marcelo Damasceno, chefe da comunicação social da Aeronáutica, os caças Gripen “vão atender as necessidades operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB) pelos próximos 30 anos”.
Segundo ele, as aeronave ajudará na defesa aérea do Brasil e será capaz de promover ataques no solo e no mar. “Ele permitirá à FAB enfrentar ameaças em qualquer ponto do território nacional com carga plena de armas. O conjunto de conhecimentos e capacitação tecnológicos contribuirá para que a indústria nacional se capacite para a produção de caças de última geração em médio e longo prazo”, disse.

A disputa
A notícia de que a compra seria anunciada na tarde desta quarta (18), foi dada pela presidente Dilma Rousseff em café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
Três países disputavam a venda das aeronaves ao Brasil – Estados Unidos, com caças de modelo F-18 Super Hornet, da norte-americana Boeing; Suécia, com o Gripen, da empresa Saab; e França, com os jatos Rafale, da companhia Dassault.
Na semana passada, o presidente da França, François Hollande, chegou a conversar com a presidente Dilma Rousseff sobre o andamento das negociações, em visita de Estado que fez ao Brasil.

O presidente da empresa francesa Dassault compôs a comitiva de Hollande. No entanto, segundo fontes do governo, o preço das aeronaves francesas foi considerado elevado.

Já as negociações com os Estados Unidos ficaram estremecidas após as notícias de que o governo norte-americano teria espionado comunicações da presidente Dilma Rousseff, ministros e assessores. Dilma chegou a cancelar uma visita de Estado que faria a Washington, em setembro deste ano, após as denúncias.

A notícia dos atos de espionagem foi divulgada pelo jornalista Glenn Greenwald com base em documentos vazados por Edward Snowden, ex-agente da NSA, agência norte-americana de inteligência.

O programa
Iniciado em 1998 no governo Fernando Henrique Cardoso, o projeto FX previa a compra de 12 supersônicos com a transferência de tecnologia do fabricante para a Força Aérea Brasileira (FAB), que culminaria em um total de 120 unidades fabricadas no Brasil.

Devia ser assinado até 2004, quando terminava a validade das propostas. Mas a decisão foi adiada para o governo Luiz Inácio Lula da Silva, que, no lugar do FX, lançou o programa FX-2.

O projeto de compra e transferência de tecnologia chamado FX-2 foi lançado em 2008. O custo estimado no mercado é de até US$ 6,5 bilhões. Os novos aviões substituirão os Mirage, cuja aposentadoria está prevista para o próximo dia 31.

Em 2009, Brasil e França chegaram a anunciar a compra dos caças Rafale, da francesa Dassault. Depois, o governo brasileiro voltou atrás.

O programa FX-2 prevê a compra de 36 aeronaves de combate, domínio do sistema de armas, parcerias com empresas brasileiras, acordos de cooperação técnico-operacional e a transferência de tecnologia para que o Brasil ganhe condições de produzir pelo menos parte do avião no país.

Nenhum comentário: